A doação de sesmarias em 1.700 pelo donatário Marquês de Cascais entre os rios Anhembi (Tietê) e Paraitinga possibilitou a exploração dessas terras (Cartas de Terras de Sesmarias 21/01/1700 publicadas  nas páginas 31 a 33-34 a 36-vol.II Sesmarias – publicação oficial do arquivo do Estado de São Paulo).

São José do Paraitinga, hoje “Salesópolis”, tem sua origem histórica ligada ao Município de Mogi das Cruzes pelo processo de expansão do povoamento a partir de São Paulo de Piratininga, através da doação de terras e a ocupação com o cultivo de roças de lavoura, criação, lavras e construção de ranchos.(Bruno Ernani Silva- Esboço da História do Povoamento em São Paulo – SP- Terra e Povo – 1967-Ed.Globo- págs. 7 e 8)

No cruzamento desses caminhos Antonio Martins de Macedo se estabeleceu com sua família, construiu casa de comércio e outras residências, formando um pequeno povoado, nele se edificando templo religioso dando-se-lhe o nome de Capela de São José do Paraitinga, em referência ao afluente do rio Tietê. Para essa pequena povoação vieram alguns dos habitantes que haviam se fixado no povoado de Nossa Senhora da Ajuda e pessoas originárias da Vila de Jacareí, com a intenção de realizar comércio de produtos, tais como: sal, fumo, açúcar, rapadura, entre outros.

Em 25 de outubro de l83l o povoado recebeu o nome de Capela Curada de São José do Paraitinga pertencente à vila de Mogi das Cruzes passando a ter um padre fixo no povoado.

Em 1836 o Distrito de São José do Paraitinga pertencente à Mogi das Cruzes já tinha 05 quarteirões e era bastante povoado, pois Mogi das Cruzes possuía apenas 12 quarteirões. (História de Mogi das Cruzes – Isaac Grinberg).

A carta de “Itinerários das principais estradas da província de São Paulo” elaborada por Daniel Muller em 1837 já trazia traçado o caminho que colocava Mogi em contato com São Sebastião através da Capela Curada de São José do Paraitinga.

Pela Lei nº 17 de 28 de fevereiro de 1838, a Capela Curada de São José do Paraitinga, foi elevada à freguesia pela Assembléia Legislativa Provincial de São Paulo.

A escritura de 2l de março de l838 (livro l – fls.30 a 3l) da Freguesia de São José do Paraitinga através do Juiz de Paz, Alferes José Luis de Carvalho, dá posse aos moradores desse Distrito em terras doadas por Antonio Martins de Macedo ao glorioso São José para comodidade dos povos, posse do terreno citado pelos cidadãos: Alferes Francisco Gonçalves de Mello, Fabrício Antunes de Miranda, Domingos Freire de Almeida, Manoel Gonçalves de Melo, Alferes Manoel de Souza Mello e Alferes José Luis de Carvalho.  

Através da escritura pública de l4 de abril de l838, Antonio Martins de Macedo Aranha e seus herdeiros vendem parte de suas terras aos cidadãos: Alferes Francisco Gonçalves de Mello, Domingos Freire de Almeida, Aleixo de Miranda, Alferes José Luis de Carvalho, os quais compraram o terreno para servidão pública para tirar madeira, barro, cipós, pedra e lenha.

Através da escritura pública de 06 de agosto de l84l, Alferes Francisco Gonçalves de Mello, Domingos Freire de Almeida, Aleixo de Miranda e Floriana Rodrigues de Jesus fazem doação de terras, compradas de Antonio de Macedo Aranha, para rocio de sua freguesia servindo tão somente para servidão pública.

Considerando-se o caráter da transação efetuada são considerados como fundadores do povoado de São José do Paraitinga: Alferes José Luís de Carvalho, Aleixo de Miranda, Domingos Freire de Almeida, Alferes Francisco Gonçalves de Mello, Antonio Martins de Macedo Aranha.

A Lei Provincial nº 9, de 24 de março de l857 da Assembléia Legislativa Provincial eleva à categoria de Vila a Freguesia de São José do Paraitinga, separando-a da Vila de Mogi das Cruzes. Em 02 de dezembro de l857 foi instalada a Câmara Municipal da Vila de São José do Paraitinga na casa do cidadão Antonio Gonçalves de Mello em ato presidido pelo Dr. Salvador José Correia Coelho, então presidente da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, dando posse aos primeiros vereadores eleitos: Domingos Rodrigues de Almeida, Capitão Manoel Gonçalves de Mello, Alferes Joaquim Teixeira de Santa Anna Ledo, Antonio José do Prado, Ivo Freire de Almeida, José Rodrigues Munhoz e Benedito da Silva Rêgo.